No ano de 1416, tem-se o primeiro registro conhecido de “ciganos” no território da Boêmia. O termo se refere ao povo Rom, que começou a deixar a Índia no século XI, chegando ao norte da África e à Europa. Alguns foram escravizados na região da Romênia e outros andaram livremente, chegando também à Boêmia. Seu modo de vida foi considerado desregrado em toda parte e eles passaram a sofrer perseguições.

Aparentemente na França, começou-se a associar o povo Rom em geral a “boêmios”, mesmo que tivessem outras procedências. Parece ter contribuído para isso o reformismo religioso que tomava conta da Boêmia na época (era o auge do movimento hussita), pois os outros países europeus, católicos, passaram a ver tudo o que vinha de lá como herético (e para eles isso incluía o povo Rom).

É com esse sentido pejorativo que a palavra chegou ao Brasil, onde ainda é usada para se referir a quem gosta de passar a noite bebendo e se divertindo.

Aqui um registro de 1777 em que a filha de uma cigana da Boêmia foi batizada católica. “Vagabunda”, diz o padre, referindo-se a uma pessoa errante.